Publicado em: 26/11/2019 10:09:05
A experiência dos pesquisadores está vinculada ao desenvolvimento do Programa de Extensão intitulado Migração internacional na Amazônia brasileira: linguagem e inserção social de imigrantes em Porto Velho
Em reunião ocorrida no último dia 19, na Secretaria Municipal de Educação (Semed) e com a participação de representante da Secretaria Municipal de Assistência e Família (Semasf), os professores pesquisadores Marília Lima Pimentel Cotinguiba, da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), e Geraldo Castro Cotinguiba (IFRO) discutiram junto à Semed e à Semasf as medidas necessárias para inclusão de crianças indígenas venezuelanas da etnia Warao em escolas da rede pública municipal.
Com a iniciativa, essas crianças terão matrícula opcional em escolas da rede municipal de ensino para o ano letivo de 2020. Para isso, a Semed disponibilizará, nos dias 9, 10, 11 e 12 de dezembro de 2019, uma equipe para atender exclusivamente as famílias indígenas venezuelanas. De acordo com a Semed, a proposta é que as crianças sejam matriculadas em escola em tempo integral, garantindo, além da sala de aula, a participação em esporte, arte e lazer.
Devido às diferenças culturais e sociais que envolvem o atendimento a esse público específico, os pesquisadores da Unir e do Ifro foram convidados a auxiliar na discussão sobre o atendimento aos imigrantes venezuelanos Warao, pois possuem vasto conhecimento e experiência de atuação na área: coordenam há mais de oito anos um programa que trabalha a língua portuguesa como língua de acolhimento para imigrantes, além de coordenarem o programa de pesquisa Observatório das Migrações em Rondônia (Obmigron). A experiência dos pesquisadores está vinculada ao desenvolvimento do Programa de Extensão intitulado “Migração internacional na Amazônia brasileira: linguagem e inserção social de imigrantes em Porto Velho”, que começou em 2011, com atendimento que visava promover qualificação profissional, educação e inserção social aos haitianos que migraram para o Brasil, após o terremoto que afetou a capital do país caribenho, e hoje já auxiliou mais de duas mil pessoas, entre haitianos, bolivianos, peruanos, mexicanos, cubanos e venezuelanos que vieram ou passaram por Rondônia.
Além disso, a Semasf firmou um termo de compromisso mútuo com a Unir, por meio do Programa de Extensão, com o objetivo de realizar observações para conhecimento sobre a cultura dos Warao e, assim, poder desenvolver ações acertadas para inserção das crianças na escola, regularização documental dos adultos e crianças, alternativas para que possam trabalhar e gerar renda. “O desafio é muito grande, por um lado a sociedade espera uma resposta rápida, uma ação imediata, por outro lado, é necessário um tempo para obter a confiança dos imigrantes, ter as informações adequadas e sugerir medidas sensatas que satisfaçam a todos. Afinal, estamos falando de pessoas, adultos e crianças que deixaram seu lugar por causa de interesses e problemas políticos e econômicos que eles não têm controle”, ressaltou a professora doutora Marília L. Pimentel Cotinguiba.
Com informações da Comdecom
Fonte: UNIR